Canonização de livros prejudica a leitura e a cultura
"Há pessoas que se traumatizaram com a canonização de certos livros que você é obrigado a ler. Essa pressão por livros que têm de ser lidos tem de acabar, porque na verdade isso é uma tentativa de determinar que livros devem ser lidos. As pessoas têm de ler aquilo que querem ler", disse o psicanalista e escritor francês Pierre Bayard, autor do recém-lançado "Como Falar dos Livros que Não Lemos" (Objetiva, 2008).
O francês falou dá pressão exagerada existente na França, e nós podemos dizer que aqui também no Brasil, pela obrigatoriedade da leitura. Citou as fichas de leituras que são impostas aos alunos e contou que ele mesmo faz as de seus filhos. "Tornei-me um especialista em preencher essas fichas, mas elas são tão complicadas, pedem tantos detalhes desnecessários para o conhecimento do livro, que meu filho disse estar perdendo o interesse pela leitura. Acho que alguns métodos de ensino têm de ser mudados."
Com isso concorda muitos autores que afirmam que todos sabem que a idéia da obrigatoriedade não funciona, e criticam a exigência de confecção de resumos --feita inclusive por grandes editoras. Para a maioria dos autores e todos parecem concordar com a idéia de que as pessoas precisam ler, mas não precisam ter medo de ler devido a obrigatoriedade da leitura.
Neste sentido a escola vem contribuindo para dificultar e fazer com que as pessoas deixem de gostar de ler e com a diminuição da diversidade cultural.